terça-feira, 28 de maio de 2013

Disco de Bob Dylan que marcou a década de 60 com canções de protesto faz 50 anos

O que faz um disco se tornar clássico pode ser a seleção de canções, o contexto histórico e até mesmo sua capa. "The Freewheelin", o segundo disco de Bob Dylan, que completou 50 anos de seu lançamento na segunda-feira (27), reúne todos esses atributos, graças aos encontros que as ruas de Greenwich Village, na parte baixa de Manhattan, proporcionaram ao garoto de então 21 anos.


Foi nessa região, antro da nata musical e intelectual da cena folk americana, que Dylan conheceu uma criativa jovem de 18 anos, com cabelos castanhos claros e sorriso largo. Mesmo dentro de um relacionamento conturbado, Suze Rotolo era mais do que sua namorada. "Ela é a verdadeira vidente da minha alma", descreveu o taciturno compositor na biografia "No Direction Home".



Suze foi essencial durante a safra compulsiva de canções que Dylan escrevia à máquina, com o cinzeiro cheio ao lado, ou em um bloco de notas sentado em lanchonetes e postos. Ele já tinha um disco debaixo do braço, que com apenas duas canções de sua autoria, passou despercebido.
Foi nessa época que o cantor, por sensibilidade (de oportunidade ou de causa), se misturou a um grupo de intelectuais e músicos negros. Eram tempos em que o movimento dos direitos civis e do fim da segregação racial começou a ficar ruidoso. Dylan percebeu aquele sentimento – e o vento que começava a soprar diferente – em canções-hinos com versos cortantes e apocalípticos, como "A Hard Rain's a-Gonna Fall" e "Masters of War". Suze, ainda muito jovem, exerceu um papel fundamental no despertar político do cantor.

"Eu as mostrava para ela (Suze) e perguntava: 'isso está certo?'. Porque o pai e a mãe dela eram assoviados a sindicatos e ela era interessada por essas coisas de igualdade e liberdade bem antes de mim. Eu conferia as canções com ela. Ela gostava de todas", disse Dylan ao seu biógrafo, Robert Shelton.

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