segunda-feira, 31 de dezembro de 2012



Marcas Do Que Se Foi

The Fevers

Este ano quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão
O tempo passa
E com ele caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão Ficar
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer
Este ano quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão
O tempo passa
E com ele caminhamos todos juntos
Sem parar
Nosso passos pelo chão
Vão ficar
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer
Eu Simplesmente Amo-teEu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se. 

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"

Se o povo for conduzido apenas por meio de leis e decretos impessoais e se forem trazidos à ordem apenas por meio de punições, ele apenas procurará evitar a dor das punições, evitando a transgressão por medo da dor. Mas se ele for conduzido pela virtude e trazido à ordem pelo exemplo e pelos ritos em comum, ele terá o sentimento de pertencer a uma coletividade e o sentimento de vergonha quando agir contrário a ela e, assim, bem se comportará de livre e espontânea vontade.”
Confúcio

25 Anos de Amizade e Parceria Poética e Musical

O poeta Manoel Hélio e Carlos Benethi se conheceram em 1987, de para cá essa parceria rendeu programas de rádio, participações em programas da Web, diversos saraus e festivais de música, além claro da autoria de duas músicas : Meu Modo de Ser e Senhora liberdade em parceria com Edivan Nascimento.
O Novo HomemO homem será feito 
em laboratório. 
Será tão perfeito como no antigório. 
Rirá como gente, 
beberá cerveja 
deliciadamente. 
Caçará narceja 
e bicho do mato. 
Jogará no bicho, 
tirará retrato 
com o maior capricho. 
Usará bermuda 
e gola roulée
Queimará arruda 
indo ao canjerê, 
e do não-objecto 
fará escultura. 
Será neoconcreto 
se houver censura. 
Ganhará dinheiro 
e muitos diplomas, 
fino cavalheiro 
em noventa idiomas. 
Chegará a Marte 
em seu cavalinho 
de ir a toda parte 
mesmo sem caminho. 
O homem será feito 
em laboratório 
muito mais perfeito 
do que no antigório. 
Dispensa-se amor, 
ternura ou desejo. 
Seja como for 
(até num bocejo) 
salta da retorta 
um senhor garoto. 
Vai abrindo a porta 
com riso maroto: 
«Nove meses, eu? 
Nem nove minutos.» 
Quem já concebeu 
melhores produtos? 
A dor não preside 
sua gestação. 
Seu nascer elide 
o sonho e a aflição. 
Nascerá bonito? 
Corpo bem talhado? 
Claro: não é mito, 
é planificado. 
Nele, tudo exacto, 
medido, bem posto: 
o justo formato, 
standard do rosto. 
Duzentos modelos, 
todos atraentes. 
(Escolher, ao vê-los, 
nossos descendentes.) 
Quer um sábio? Peça. 
Ministro? Encomende. 
Uma ficha impressa 
a todos atende. 
Perdão: acabou-se 
a época dos pais. 
Quem comia doce 
já não come mais. 
Não chame de filho 
este ser diverso 
que pisa o ladrilho 
de outro universo. 
Sua independência 
é total: sem marca 
de família, vence 
a lei do patriarca. 
Liberto da herança 
de sangue ou de afecto, 
desconhece a aliança 
de avô com seu neto. 
Pai: macromolécula; 
mãe: tubo de ensaio, 
e, per omnia secula
livre, papagaio, sem memória e sexo, 
feliz, por que não? 
pois rompeu o nexo 
da velha Criação, 
eis que o homem feito 
em laboratório 
sem qualquer defeito 
como no antigório, 
acabou com o Homem. 
       Bem feito. 

Carlos Drummond de Andrade, in 'Versiprosa'
A Palavra MágicaCerta palavra dorme na sombra 
de um livro raro. 
Como desencantá-la? 
É a senha da vida 
a senha do mundo. 
Vou procurá-la. 

Vou procurá-la a vida inteira 
no mundo todo. 
Se tarda o encontro, se não a encontro, 
não desanimo, 
procuro sempre. 

Procuro sempre, e minha procura 
ficará sendo 
minha palavra. 

Carlos Drummond de Andrade, in 'Discurso da Primavera'

domingo, 30 de dezembro de 2012

A Arte de Raul Seixas

Jacksons Five Forever

Réveillon na Paulista traz o tema "Eu amo São Paulo" para receber 2013 -


No dia 31 de dezembro, a avenida mais famosa da cidade se prepara para receber 2013 com muita alegria. Em sua 16ª edição, o Réveillon na Paulista traz o tema “Eu amo São Paulo”, com shows de grandes nomes como Titãs, Daniela Mercury, Fernando e Sorocaba, Blitz e Tiê, além de muita música eletrônica com os DJs Mau Mau e Zé Pedro. 

A festa terá início às 20h e será comandada por um artista “surpresa” da Rede Globo. O palco receberá um cenário especial, com telão em formato de coração que reproduzirá durante toda a noite diversos efeitos gráficos abstratos, além de canhões laser coloridos que iluminarão toda a avenida. Quem estiver presente no evento também poderá enviar seus votos de Feliz Ano Novo para o Twitter do evento: @revnapaulista, adicionando ahashtag #revnapaulista2013. As mensagens serão projetadas nos telões em tempo real.
Ao longo da avenida outros 13 painéis de LED reproduzirão o show, permitindo a visualização de tudo o que acontece no palco. A partir da meia-noite, começa o show pirotécnico com duração de 15 minutos, acompanhado por uma chuva de confetes metalizados. Para garantir a segurança de todos, cerca de 2.800 profissionais, entre policiais militares, guardas civis e seguranças particulares, estarão no local
Serviço:
Réveillon na Paulista 2013
Data: 31 de dezembro de 2012.
Horário: das 20h do dia 31/12/2012 às 2h30 do dia 01/01/2013.
Local: Avenida Paulista (palco montado entre a Rua Padre João Manoel e a Min. Rocha Azevedo).
www.reveillonnapaulista.com.br

A Arte de Messi - O Melhor do Mundo


“Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno.” 
(Martinho Lutero)


Poema de amor #2
Num sei cumé queu póssu ti dizê,
Mais sei qui ocê é bunita pra xuxu!
Nem cus ipissilôni ô dabliú
Eu sei palavra pra ti discrevê.
Só quéru tisplicá qui ai lóvi iú
I ispéru qui cê possa mintendê,
Qui nem qui a gênti intêndi sem sabê
Us riu, as frô i a vóiz duirapuru!!!
Cê é minha frô, meu riu, meu passarim,
I túdu nêssi mundão sem portêra,
Sem êra ô bêra i sem nem tê mais fim.
Eu... sem você... eu pêrcu as istribêra!
Rosinha, vem ficá juntim di mim,
Francisco Bento Sousa, a vida intera!

Caetano Galindo

Coleção Vaga-Lume comemora 40 anos com edição digital e versões no cinema

A editora Ática, que publica a série, pretende comemorar a efeméride no final do ano que vem. "Vamos trazer novas linhas visuais para a série e lançá-la também em formato digital", antecipa o gerente editorial de literatura juvenil da casa, Fabricio Waltrick, 35, ele mesmo "fã de carteirinha" da Vaga-Lume quando moleque.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br

O Hobbit


Editora: Martins Fontes
Prelúdio de O Senhor dos Anéis, O Hobbit conquistou sucesso imediato quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o mundo e estabeleceu-se como um clássico moderno e um dos livros mais influentes de nossa geração.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Carlos Benethi - Perfeita União

MASP abre exposição sobre renascimento alemão com obras do acervo do Louvre



Sessenta e uma obras, entre gravuras e desenhos, fazem parte de Luzes do Norte, exposição que abre suas portas no MASP a partir da próxima sexta-feira (19). São trabalhos do século XVI produzidos por influentes artistas do renascimento alemão como Albrecht Dürer e Martin Schongauer. As peças foram extraídas da coleção do Barão de Rothschild – composta pelo chocante número de 100 mil obras  e que foi doada em sua totalidade ao Museu do Louvre em 1935.
Duas telas do acervo do museu brasileiro também foram escolhidas para integrar a mostra: os quadros a óleo O Poeta Henry Howard, Conde de Surrey (1542), de Hans Holbein, o Jovem e Retrato de Jovem Aristocrata (1539), de Lucas Cranach, o Antigo. Das obras germânicas que chegam ao Brasil algumas se destacam por sua importância histórica e artística como é o caso da xilogravura O Rinoceronte, de Albrecht Dürer.
O artista retratou o paquiderme em 1515 por meio de uma descrição e um rascunho feitos por um desconhecido que viu um rinoceronte-indiano que havia chegado a Lisboa naquele mesmo ano. Apesar de Dürer nunca ter visto um rinoceronte pessoalmente, a pintura ficou tão verossimilhante que foi reproduzida por artistas de vários países europeus até meados do século XVIII.
Com curadoria de Pascal Torres Guardiola, curador da Coleção Edmond de Rothschild no Museu do Louvre e Teixeira Coelho, curador chefe da instituição brasileira, a mostra fica em cartaz até 13 de janeiro no segundo andar do MASP, ao lado das exposições do acervo do museu.

Serviço
Luzes do Norte
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Avenida Paulista, 1578, Cerqueira César, São Paulo – SP.
Tel.: (11) 3251.5644
De terças a domingos e feriados, das 10h às 18h. Às quintas das 10h às 20h.
De 19 de outubro a 13 de janeiro de 2013,
Entrada: R$ 15,00. Estudante: R$ 7,00 Crianças até 10 anos e adultos acima de 60 anos não pagam. Às terças acesso gratuito a todos. 
Fonte: http://br.blouinartinfo.com

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre "O Cruzeiro"

O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre em 22 de novembro, às 19h30, a exposição As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), com mais de 400 imagens e matérias que revelam a história da principal revista ilustrada brasileira do século XX, e que foi decisiva para a implantação do fotojornalismo no país. A exposição tem como fio condutor a relação entre as imagens produzidas pelos fotógrafos e as fotorreportagens tal como foram publicadas. Essa abordagem tem como foco as décadas de 1940 e 1950, período de maior atividade e difusão da revista. A curadoria da mostra é da professora e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP, Helouise Costa, e de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles. A mostra ficou em cartaz no IMS-RJ entre julho e outubro deste ano e segue para Poços de Caldas depois de passar por São Paulo

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960) 
Abertura: 22 de novembro de 2012, às 19h30 
Exposição: de 23 de novembro de 2012 a 31 de março de 2013 
De terça a sexta, das 13h às 19h 
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h 
Entrada franca 

Instituto Moreira Salles – São Paulo 
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis 
Tel.: (11) 3825-2560

http://ims.uol.com.br/Programacao/D1121

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Flor-cadáver' floresce pela 1ª vez na América Latina em MG, diz botânico



Floresceu neste domingo (19), em Brumadinho, Minas Gerais, um exemplar da planta conhecida como ‘flor-cadáver’. Segundo o botânico Eduardo Gonçalves, esta é a primeira vez que esta espécie floresce na América Latina. O fenômeno, raro, está no viveiro do centro de arte e botânica Inhotim, na cidade da região central de Minas. O fenômeno foi registrado pela última vez no Japão, em julho de 2010.
Como o nome já anuncia, a floração da espécie Amorphophallus titanum, natural da Indonésia tem um cheiro característico de carne em estado de putrefação. Gonçalves, que é curador botânico de Inhotim, foi quem plantou a semente da planta rara, que virou uma espécie de batata, até virar a flor que está desabrochada neste domingo (19). Segundo ele, existem várias espécies de plantam que fedem, mas nenhuma atinge o tamanho da flor-cadáver, que pode chegar a três metros de altura.
“Várias flores têm cheiro ruim, mas são sempre pequenas. Geralmente, elas não causam o estardalhaço que esta causa. Ela tem cheiro ruim porque os polinizadores, ao contrário dos que os que a gente conhece, como borboleta, abelha, que gostam de cheiros agradáveis e bonitas cores, os polinizadores desta espécie são besouros e, ocasionalmente, moscas”, disse Gonçalves. O doutor em botânica explica que a planta conseguiu evoluir até reproduzir o cheiro de carne podre para enganar os besouros, de forma que eles fizessem a polinização para a perpetuação da espécie. O besouro, segundo o especialista, também é atraído pela cor interna da planta, que se assemelha à cor de carne em putrefação.
De acordo com Gonçalves, para que a planta atinja sua floração, ela própria se aquece, e produz substâncias que solta no ar em pequenos pulsos. Essas substâncias, sendo dois tipos delas as cadaverinas e as putrescinas, são o que faz com que sintamos o cheiro de podridão.
Apesar da aparência bem diferente, a ‘flor-cadáver’ é da família do copo-de-leite. Conhecida como a maior flor do mundo, na verdade, segundo o curador, ela é uma floração, uma reunião de pequenas flores em um conjunto compacto.
Sônia Zanon, que visitou a flor-cadáver neste domingo (19), achou a espécie muito exótica. “Muito exótica, diferente. Achei que se pareceria com uma orquídea, muito linda, muito delicada, pelo o que falaram na recepção. Me surpreendeu muito. Olhando de longe, achei que isso aqui (a planta) era uma escultura e que a planta estaria por aqui. E qual não foi minha surpresa ao ver que a escultura é a própria planta. Achei muito bonita, muito exótica", disse a visitante.
O idealizador e membro do Conselho de Administração de Inhotim, Bernardo Paz, falou sobre o trabalho de excelência do centro, que vem sendo montado, e que a 'flor-cadáver' é um exemplo de conquista. “A tendência agora é amplificar a botânica o máximo possível e ter todos os exemplares raros do mundo inteiro. E estamos neste caminho. A gente fica muito feliz quando acontece uma coisa desta proporção na América Latina. É uma coisa extraordinária”, completou Paz.
A 'flor-cadáver' começou a floração neste sábado e até terça-feira (21), já vai ter caído. A ‘batata’, que fica sob a terra, pode ser retirada do lugar, segundo Gonçalves porque entra em um estado de dormência e pode ser replantada em qualquer outro local. Normalmente, a floração acontece a cada dez ou 12 anos, mas a equipe de botânicos do Inhotim tem a expectativa de presenciar o fenômeno de novo em dois anos, porque, segundo eles, esse exemplar floresceu muito antes do previsto e muito rapidamente.
http://g1.globo.com/minas-gerais/

Museu Lasar Segall



A série Intervenções tem como objetivo apresentar obras no jardim principal interno do Museu Lasar Segall. Essas obras devem propiciar ao público visitante uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço e arte pública e artes visuais. Em 2011, foram expostas as obras de Lygia Reinach, Regina Silveira e José Manuel Ballester. Em 2012 também se apresentaram Mônica Nador e Edith Derdyk. Anterior ao projeto, o artista Hilal Sami Hilal inaugurou o espaço com a obra Para sonhar continentes, trabalho inédito para a exposição Atlas, realizada no Museu Lasar Segall em 2010.

Com essa série de Intervenções, o jardim do Museu, anteriormente um simples espaço de circulação, transforma-se em uma “galeria” a céu aberto. Assim, o local ganha novos significados e estabelece, por meio da obra em exposição, um diálogo ativo com os visitantes. Ao mesmo tempo, o Museu amplia as possibilidades investigativas, inserindo novos conceitos, ações e práticas nas tendências contemporâneas de arte.

Na sexta edição, a artista convidada Marilá Dardot apresenta/escreve/inscreve o verso Para aprender da pedra, frequentá-la, sobre o piso do jardim com pedras portuguesas similares às do espaço destinado ao projeto. Esse verso faz parte do poema “A educação pela pedra” (1966), de João Cabral de Melo Neto. As letras construídas com o mesmo tipo de pedras e rejuntes de cimento criam um poema visual único. Forma e conteúdo, pedra sobre pedra, palavra sobre pedra e pedra sobre palavra constituem na criação de Marilá Dardot uma única unidade. É curioso que a pedra tenha conquistado prestígio e tradição raros na moderna poesia brasileira, em função do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, “No meio do caminho”: “[...] no meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho [...]”, publicado pela primeira vez na Revista de Antropofagia, em 1928, ou seja, quase quatro décadas anterior ao poema cabralino.

Ao comentar seu trabalho, Marilá Dardot afirma:
“A estratégia de trabalhar com letras, que de alguma maneira se fundem ao chão, não é nova em meu trabalho. Já cheguei a materializar a frase do escritor chileno Roberto Bolaño: ‘Porque as palavras estão por toda parte’ (2008), retirada do romance 2666” (2004).

Serviço
Projeto Intervenções VI
Marilá Dardot – A educação pela pedra
De 24 de novembro de 2012 a 24 de fevereiro de 2012
Diariamente das 11h00 às 19h00
Fechado às terças-feiras


A educação pela pedra
João Cabral de Melo Neto

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.

Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.

http://www.museusegall.org.br/

Há 120 anos nascia Graciliano Ramos, autor de "Vidas Secas"


Apesar de atuar nos campos do jornalismo, da educação e da política, foi como romancista que Graciliano Ramos entrou para a história do Brasil. Suas obras, conhecidas principalmente pelo forte teor social, refletem não apenas as mazelas do País, como as implicações éticas da escrita. O escritor completaria 120 anos neste ano..

Nascido em Quebrangulo, no estado de Alagoas, Graciliano Ramos de Oliveira viveu em diversos lugares do Nordeste até fixar-se em Palmeira dos Índios. Aos 35 anos, tornou-se prefeito da cidade, renunciando dois anos mais tarde.
Graças aos relatórios emitidos em sua passagem pela política, foi estimulado pelo editor carioca Augusto Frederico Schmidt a publicar "Caetés" (1933), seu trabalho de estreia – que viria a se tornar ganhador do prêmio Brasil de literatura.
Acusado de ter participado do levante conhecido como Intentona Comunista de 1935, Graciliano foi enviado ao Rio de Janeiro, onde esteve preso pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas. Nesse período lança "Angústia" , considerado pelo autor um de seus melhores trabalhos.
Após ser libertado, Graciliano encontrou trabalho em alguns jornais do Rio de Janeiro, pouco antes de lançar aquele que seria seu livro mais celebrado, "Vidas Secas" (1938). A obra, que retrata a vida desumana de uma família de retirantes do sertão brasileiro, se tornaria emblemática em sua carreira.
Nomeado inspetor federal do ensino secundário na capital fluminense, publicou em 1939 a história infantil "A Terra dos Meninos Pelados", que viria a ganhar o prêmio Literatura Infantil, do Ministério da Educação.
Graciliano Ramos adoeceu gravemente em 1952 e morreu em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão. No mesmo ano foi lançado "Memórias do Cárcere", obra em que revela sua amarga experiência no período em que esteve preso. O livro é o primeiro de oito trabalhos póstumos publicados, entre estes "Alexandre e Outros Heróis" (1962) e "Cartas a Heloísa" (1992).


A Arte do Kid Abelha

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Há 35 anos morria o ícone do cinema Charles Chaplin


Há 35 anos morreu um dos maiores ídolos do cinema mundial, o diretor e comediante Charles Chaplin, que ficou imortalizado na história do cinema por sua inesquecível personagem: Carlitos

Dos filósofos da Antiguidade, Platão é o primeiro de quem se conhece a obra integral. Mas muitos de seus diálogos não são autênticos, embora supostamente assinados por ele. Seu estilo literário é o diálogo, uma espécie de ponte entre a oralidade fragmentária de Sócrates e a estética didática de Aristóteles. Nos escritos de Platão mesclam-se elementos mito-poéticos com fatores essencialmente racionais. Este filósofo não se guia pelo rigor científico, nem por uma metodologia formal.
Em Platão a filosofia ganha contornos e objetivos morais, apresentando assim soluções para os dilemas existenciais. Esta práxis, porém, assume no intelecto a forma especulativa, ou seja, para se atingir a meta principal do pensamento filosófico, é preciso obter o aprendizado científico. O âmbito da filosofia, para Platão, se amplia, se estende a tudo que existe. Segundo o filósofo, o homem vivencia duas espécies de realidade – a inteligível e a sensível. A primeira se refere à vida concreta, duradoura, não submetida a mudanças. A outra está ligada ao universo das percepções, de tudo que toca os sentidos, um real que sofre mutações e que reproduz neste plano efêmero as realidades permanentes da esfera inteligível. Este conceito é concebido como Teoria das Idéias ou Teoria das Formas.
Segundo Platão, o espírito humano se encontra temporariamente aprisionado no corpo material, no que ele considera a ‘caverna’ onde o ser se isola da verdadeira realidade, vivendo nas sombras, à espera de um dia entrar em contato concreto com a luz externa. Assim, a matéria é adversária da alma, os sentidos se contrapõem à mente, a paixão se opõe à razão. Para ele, tudo nasce, se desenvolve e morre. O Homem deve, porém, transcender este estado, tornar-se livre do corpo e então ser capaz de admirar a esfera inteligível, seu objetivo maior. O ser é irresistivelmente atraído de volta para este universo original através do que Platão chama de amor nostálgico, o famoso eros platônico.
Platão desenvolveu conceitos os mais diversos, transitando da metafísica para a política, destas para a teoria do conhecimento, abrangendo as principais esferas dos interesses humanos. Sua obra é estudada hoje em profundidade, apresentado uma atualidade inimaginável, quando se tem em vista que ela foi produzida há milênios, antes da vinda de Cristo. Seu pensamento influencia ainda em nossos dias teorias políticas, psicológicas – como a junguiana -, filosóficas, espirituais, sociológicas, entre outros segmentos do conhecimento humano.


http://www.infoescola.com/filosofos/platao/

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Dada Coelho



Aqui morava um rei

"Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão, 
Pedra da Sorte sobre meu Destino, 
Pulsava junto ao meu, seu coração.

Para mim, o seu cantar era Divino, 
Quando ao som da viola e do bordão, 
Cantava com voz rouca, o Desatino, 
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado."

Ariano Suassuna

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal a Todos


Falcão - O Último Filósofo

Feliz Natal

Museu de Arte Sacra, no bairro da Luz, em São Paulo, reúne cenas do nascimento de Jesus



Entre os elementos decorativos que mais caracterizam o Natal está o presépio, que tem como personagens principais o menino Jesus recém-nascido em uma manjedoura, Maria, José, os três reis magos e alguns animais. A cena que conta o nascimento de Jesus Cristo foi montada pela primeira vez na comunidade de Greccio, na Itália, em 1223, por São Francisco de Assis, e atravessou os séculos, ganhando cada vez mais encantos.

Ao longo do tempo, foram agregados detalhes e características locais em todos os cantos do mundo, o que fez dele atrativo turístico que causa admiração até mesmo naqueles que não se ligam a questões religiosas. O Museu de Arte Sacra (MAS) de São Paulo, localizado no bairro da Luz, é endereço certo para quem quer apreciar esse símbolo tão marcante das festas de fim de ano com tamanha minuciosidade e a riqueza de detalhes.

Uma escada localizada no canto direito externo do prédio do MAS dá acesso ao anexo do museu, chamado Museu dos Presépios, uma construção de 1908 que, no passado, era a Casa do Capelão do Mosteiro da Luz. Ali ficam 130 conjuntos de presépios de diversas partes do Brasil e do mundo. Entre os países de origem estão México, Peru, Chile, Espanha, Portugal, Nigéria, Japão, Polônia, França e Equador.

Do Brasil, há peças da Bahia, de Pernambuco, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e de São Paulo, principalmente vindas do Vale do Paraíba. “Ao longo destes séculos, cada povo, cultura ou região buscou representar o nascimento de Jesus Cristo de modo compreensivo, usando os elementos culturais singulares de cada um. É este o motivo de tamanha diversidade de presépios que contém o MAS”, explica o padre José Arnaldo Juliano, capelão do Mosteiro da Luz.

No ambiente climatizado que passa por reformas, não se deve ir com pressa, porque há muito o que admirar. Cada presépio tem sua peculiaridade. O patrimônio é composto por peças dos séculos 17 ao 20, confeccionadas em terracota, madeira, metal, barro cozido, palha, tecidos e isopor, muitas delas assinadas por artistas consagrados como o italiano Fulvio Pennachi e o pernambucano Mestre Vitalino.
Grandioso napolitano
O destaque do local é o extenso Presépio Napolitano, composto por 1.620 peças. Além da Sagrada Família, apresenta uma diversidade de personagens profanos, ligados ao cotidiano de uma aldeia napolitana do século 18, representado por várias profissões urbanas, além de pastores e homens do campo. Olhando com atenção aquela verdadeira miniatura da vida real, é impossível não se encantar com as cenas, como a da mãe amamentando o filho, e não observar a minuciosidade de objetos, móveis, utensílios domésticos, alimentos e animais, que dão vida ao contexto.

O conjunto, considerado o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para o do Palácio Real de Nápoles e o da Basílica de São Cosme e Damião, de Roma, foi adquirido na Itália, em 1949, por Francisco Matarazzo Sobrinho. O empresário mais conhecido como Ciccillo Matarazzo trouxe o presépio para São Paulo e sua primeira exposição teve início em 4 de outubro de 1950, dia de São Francisco de Assis, na Galeria Prestes Maia, na região central da Capital paulista, onde ficou até dezembro de 1951.

As peças permaneceram guardadas na Metalúrgica Matarazzo durante cinco anos. Então, foram doadas ao município e, em 1957, quando São Paulo comemorava o seu quarto centenário, o presépio foi instalado no antigo Pavilhão do Folclore, no Parque do Ibirapuera, onde ficou em exposição por 15 anos. Em 20 de outubro de 1970, o precioso conjunto foi doado ao governo do Estado e passou a integrar o acervo do MAS e, somente em 1985, foi transferido para o Mosteiro da Luz, sede do museu.

Desde o dia 18 de dezembro de 1999, quando o Presépio Napolitano foi reapresentado ao público em nova montagem cenográfica no MAS, os visitantes que passam por ali podem admirar a natividade daquele cenário, que ocupa uma área de 110 m2 e conta com 390 figuras humanas. Todas elas têm seus corpos feitos com arame e fios de estopa, cabeças e extremidades modeladas em terracota e madeira e tecidos que reproduzem trajes das diferentes classes sociais dos diferentes povoados do reino de Nápoles. E isso é apenas um dos detalhes que enchem os olhos por ali
 Karina Fusco/Especial para a AAN
suplementos@rac.com.br
http://correio.rac.com.br

domingo, 23 de dezembro de 2012

“Gangnam Style” é o primeiro vídeo com 1 bilhão de acessos no YouTube



A última sexta-feira (21) não recebeu o apocalipse previsto pelos Maias, mas ficou marcada pelo estabelecimento de um novo recorde da internet. O clipe de “Gangnam Style”, do cantor PSY, ultrapassou a marca de 1 bilhão de acessos no YouTube, sendo o primeiro vídeo a alcançar tal feito.
O recorde, além de coincidir com a data do apocalipse Maia, foi associado a outra previsão, desta vez de Nostradamus. O tal prenúncio supostamente definia o sucesso de PSY como um sinal do fim do mundo.
Até o fechamento desta matéria, o vídeo do hit sul-coreano contava mais de 1 bilhão e 13 milhões de acessos, apenas em seu canal oficial. Em novembro, o clipe já havia quebrado o recorde do livro Guinness ao se tornar o clipe “mais curtido” do YouTube.
http://www.cifraclubnews.com.br

O Homem Roberto Carlos



Um certo dia um homem esteve aqui
Tinha o olhar mais belo que já existiu
Tinha no cantar uma oração.
E no falar a mais linda canção que já se ouviu.
Sua voz falava só de amor
Todo gesto seu era de amor
E paz, Ele trazia no coração.
Ele pelos campos caminhou
Subiu as montanhas e falou do amor maior.
Fez a luz brilhar na escuridão
O sol nascer em cada coração que compreendeu
Que além da vida que se tem
Existe uma outra vida além e assim...
O renascer, morrer não é o fim.
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Eu sei que Ele um dia vai voltar
E nos mesmos campos procurar o que plantou.
E colher o que de bom nasceu
Chorar pela semente que morreu sem florescer.
Mas ainda há tempo de plantar
Fazer dentro de si a flor do bem crescer
Pra Lhe entregar
Quando Ele aqui chegar
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir

sábado, 22 de dezembro de 2012

Los Pesebres del Vaticano en Buenos Aires


Hasta el 6 de enero de 2013, se presenta en el Museo del Bicentenario una muestra de ocho pesebres artesanales que en años anteriores fueron exhibidos en dependencias de los Palacios y Museos Vaticanos.
Y, especialmente enviado por el Papa Benedicto XVI, el Gobierno de la Ciudad del Vaticano y la Fundación Juan Pablo II para la Juventud, se presenta un gran Pesebre obra del artesano de la Región Basilicata Francesco Artese, que reproduce a escala el pueblo de Matera, declarado Patrimonio de la Humanidad.
Este pesebre es el mismo que este año se presenta en la Plaza San Pedro del Vaticano, y por decisión del Sumo Pontífice constituye un obsequio a la Presidenta de la Nación Cristina Fernández de Kirchner.
La visita a este conjunto de Pesebres se realiza, con entrada libre y gratuita, en los días y horarios de apertura del Museo, de miércoles a domingo y feriados, de 11 a 19 hs.

Fonte: http://www.museo.gov.ar/temporaria-pesebres.php

O Natal na Avenida Paulista


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Arte de Glauber Rocha


FICHA TÉCNICACurta-metragem, preto e branco, 11 minutos, 120 metros,  Bahia, 1959.Diretor: Glauber Rocha; Argumentista e  Roteirista: Glauber Rocha;Fotógrafos: José Ribamar de  Almeida e Luiz Paulino dos Santos;Editor: Souza Jr. ; Música:Concreta (tema central: “Sinfonia para um Homem Só” de Pierre Henry e Pierre Schaeffer);  Locações: Salvador (Ba); Elenco: Helena Ignez e Solon Barreto.
Data de Conclusão: Foi pré-montado e exibido em versão  muda em 1958, razão pela qual a maioria das filmografias  registra o filme como sendo de 1958. (in “Revolução do  Cinema Novo”, pg, 409).
SINOPSEPrimeiro filme de Glauber, curta metragem experimental com 11 minutos de duração, rodado na Bahia. Num terraço de azulejos em forma de xadrez, um rapaz e uma moça. Esses dois personagens evoluem lentamente: se tocam, rolam no chão, se distanciam, se olham. Belos planos de mãos e rostos são montados em alternância com planos de vegetação tropical e do mar. Já nesse primeiro filme podemos discernir alguns traços específicos do cineasta: forte presença da natureza, tratamento do espaço e enquadramento.
COMENTÁRIO“Procuramos, humildemente, fugir das facilidades “criativas” que a literatura e as artes plásticas (como também a música) poderiam nos oferecer e procurar o que se julgaria difícil ou impossível: organizar um universo fílmico que vivesse por si mesmo, sem saber, de princípio, a problemática humana que surgiria daí. O processo de trabalho foi simples: como duas figuras humanas – macho e fêmea -, jogadas sobre um pátio em preto e branco com vista par o mar e céu e cercado por folhagem, partimos como a câmara, utilizada como instrumento, em busca do visual mais limpo, mais depurado, e que sairia do seu estado real para o estado de poeticidade, através unicamente da solução de enquadramento, do ponto-de-vista seletivo do cineasta em busca de elementos válidos que, na sala de montagem, lhe propusessem o problema de “criar” o organismo rítmico, o filme em seu estado de cinema enquanto cinema. É certo que a utilização de figuras humanas criou, dentro da lógica fílmica, uma pequena anedota. Todavia cremos que esta fica isolada em segundo plano desde quando o que imporá, fundamentalmente, é o clima fílmico, a nova dimensão de poeticidade que a peça cria. “Pátio” não quer “dizer” nada, não quer “discursar ou narrar’ essa ou aquela atitude humana, mas tão-somente criar em seu próprio âmbito aquilo que encontraríamos no grego Cacoyanis e no Kubrick de “A Morte Passou por Perto”: “estados” que só podem ser criados pelo enquadramento e pela montagem, os materiais de trabalho do cineasta consciente do seu ofício. A afirmação pode parecer pretensiosa, mas é apenas uma atitude honesta frente ao cinema que, no certo dizer do crítico Cláudio Bueno Rocha, não passa, hoje em dia, de simples arte de entretenimento. (Glauber Rocha, in “Jornal do Brasil, RJ, 29 de março de 1959, Suplemento Dominical).


Fonte:  www.tempoglauber.com.brhttp://www.tempoglauber.com.br/f_patio.htmlhttp://www.tempoglauber.com.br/f_patio.htmlhthhttp://www.tempoglauber.com.br/f_patio.htmlttp://www.tempoglauber.com.br/f_patio.htmltp://www.tempoglauber.com.br/f_patio.html

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


A DESPEDIDA DO MAU GOVERNO
QUE FEZ O GOVERNADOR DA BAHIA.


Senhor Antão de Sousa de Menezes,
Quem sobe ao alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.

A fortunilha, autora de entremezes
Transpõe em burro o herói que indigno cresce:
Desanda a roda, e logo homem parece,
Que é discreta a fortuna em seus reveses.

Homem sei eu que foi vossenhoria,
Quando o pisava da fortuna a roda,
Burro foi ao subir tão alto clima.

Pois, alto! Vá descendo onde jazia,
Verá quanto melhor se lhe acomoda
Ser homem embaixo do que burro em cima.


Gregório  de Mattos