Apesar de atuar nos campos do jornalismo, da educação e da política, foi como romancista que Graciliano Ramos entrou para a história do Brasil. Suas obras, conhecidas principalmente pelo forte teor social, refletem não apenas as mazelas do País, como as implicações éticas da escrita. O escritor completaria 120 anos neste ano..
Nascido em Quebrangulo, no estado de Alagoas, Graciliano Ramos de Oliveira viveu em diversos lugares do Nordeste até fixar-se em Palmeira dos Índios. Aos 35 anos, tornou-se prefeito da cidade, renunciando dois anos mais tarde.
Graças aos relatórios emitidos em sua passagem pela política, foi estimulado pelo editor carioca Augusto Frederico Schmidt a publicar "Caetés" (1933), seu trabalho de estreia – que viria a se tornar ganhador do prêmio Brasil de literatura.
Acusado de ter participado do levante conhecido como Intentona Comunista de 1935, Graciliano foi enviado ao Rio de Janeiro, onde esteve preso pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas. Nesse período lança "Angústia" , considerado pelo autor um de seus melhores trabalhos.
Após ser libertado, Graciliano encontrou trabalho em alguns jornais do Rio de Janeiro, pouco antes de lançar aquele que seria seu livro mais celebrado, "Vidas Secas" (1938). A obra, que retrata a vida desumana de uma família de retirantes do sertão brasileiro, se tornaria emblemática em sua carreira.
Nomeado inspetor federal do ensino secundário na capital fluminense, publicou em 1939 a história infantil "A Terra dos Meninos Pelados", que viria a ganhar o prêmio Literatura Infantil, do Ministério da Educação.
Graciliano Ramos adoeceu gravemente em 1952 e morreu em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão. No mesmo ano foi lançado "Memórias do Cárcere", obra em que revela sua amarga experiência no período em que esteve preso. O livro é o primeiro de oito trabalhos póstumos publicados, entre estes "Alexandre e Outros Heróis" (1962) e "Cartas a Heloísa" (1992).
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