sábado, 27 de outubro de 2012

Pensar



Vocação para a censura

PSDB voltou à carga contra direito dos veículos de comunicação dos trabalhadores de difundir a informação
Sexta feira 28 de setembro. A reportagem da Rede Brasil Atual acompanha uma atividade de campanha do candidato do PSDB, José Serra. Ao final da jornada, rodeados por jornalistas, o tucano dizia que voltar ao lugar de sua infância lhe dava a ideia de criar um sistema municipal de ensino técnico:      
 “ Vamos aumentar em dezenas de milhares o numero de alunos, em parceria com o governador Geraldo Alckmin. É uma chance para crianças de famílias mais humildes subirem na vida “, propôs. “Isso me veio agora à cabeça lembrando de minha infância e juventude aqui.”
Messe momento, o reporte da RBA questiona: “A ideia veio agora à cabeça ou é seu projeto de governo?”  O  Tucano devolve: “De onde você é ?”O repórter retruca : “ Interessa? “Serra insiste: “Quero saber de onde”. O repórter informa:  “Rede Brasil Atual “. Serra não responde. Ao final, o repórter perguntou-lhe se só respondia perguntas favoráveis: “Não, eu não respondo pergunta sem-vergonha.  É só isso”, xingou.
Uma nota publicada no site do PSDB agravou a atitude de seu candidato, ao chamar o profissional de “suposto repórter” e acusá-lo de ser enviado pelo PT ” para tumultuar a coletiva de imprensa do candidato”. A Editora Atitude, que mantém a RBA, pretende ingressar com uma ação judicial contra a conduta do tucano.
O editor da RBA, João Peres, comentou o episódio em artigo para o portal do Observatório da imprensa:  Ao chamar de  ‘sem vergonha’ o repórter da Rede Brasil Atual, o tucano sintetiza a noção de segmento de classe politica brasileira que acredita que o regime democrático é bom apenas até o ponto em que a liberdade de imprensa está sob controle”, escreveu.
Uma semana depois, na noite de 4 de outubro, um oficial de justiça acompanhada de policiais invadiu sede e subsedes do Sindicato dos Bancários em São  Paulo. A operação foi feita a pedido da Coligação Avança São Paulo, de Serra,  amparada por uma liminar concedida pela juíza eleitoral Carla Themis  Lagrotta Germano.
A ordem era recolher o jornal da entidade, Folha Bancária e retirar seu conteúdo da internet – por conter informações que “denigrem” a imagem de Serra,  capazes de provocar “dano irreparável”  à  sua candidatura.
A presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, acatou a determinação judicial, mas criticou a ação: “ O sindicato sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate que afeta a qualidade de vida na cidade. Os trabalhadores têm direito de analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência,  mas repudiamos a censura, afirmou.
Não é a primeira vez que o partido investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores. A Revista do Brasil foi alvo suas ações em 2006 e em 2010. A má relação do Serra e aliados com a mídia independente é notória. Este ano, o PSDB apresentou à Procuradoria Regional Eleitoral pedido de investigação da publicidade do governo federal em veículos considerados contrários aos seus interesses. O pedido foi rejeitado.
Semanas depois, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou relatório de despesas com a propaganda oficial do governo Dilma. Dos R$ 161 milhões pagos a cerca de 3 mil veículos de comunicação, R$ 112 milhões  (70%) beneficiaram apenas dez empresas, entre as quais Globo, Abril e Folha.



Venceslau F Santos








                    
          

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