Apresentada pela primeira vez no museu em 2011, a mostra traz como
destaque Greta Garbo de Ernesto De Fiori; a Vênus de Pierre Renoir; a Bailarina
de 14 anos de Edgar Degas; Os pássaros de Wesley Duke Lee; o Par de guerreiros
chineses da Dinastia Tang e o Bicho alado de Emanuel Araújo. Obsessões da forma
- Esculturas da Coleção MASP Por Teixeira Coelho, curador do MASP. A forma é
proporcional à obsessão, anotou Alberto Giacometti, um dos grandes da escultura
moderna. Qual é a obsessão da forma escultura? Para Hegel, a escultura era o
mais significativo formato da arte – porque melhor podia representar a
forma humana, a única a revelar o espiritual que existe sob o sensual. É
preciso lembrar que para Hegel a arte faz proporciona a experiência da
liberdade do espírito, a experiência estética da liberdade do espírito. E a
escultura grega clássica era a forma de arte, para ele, que melhor oferecia
essa experiência com sua representação realista (na verdade idealista) da forma
humana. Mas a escultura não se deteve nessa obsessão. Hegel dizia que a
escultura deveria preocupar-se só com a forma, não com o sentimento, que era
próprio do drama. Talvez por isso gostasse menos de Michelangelo, que é
sentimento puro. E foi exatamente a obsessão com o sentimento que se infiltrou
cada vez mais na escultura, como mostra Rodin. Essa era a nova obsessão no
século XIX. Na modernidade outra obsessão entrou em cena: a obsessão com a
matéria, de que é exemplo algum Degas ou, em outra chave, as peças de
Stockinger e Caciporé. Para Hegel, a escultura de forma humana fornecia a
beleza pura. Depois dele, escultores foram buscar a beleza ainda mais pura em
formas isentas da aparência humana ou que a lembravam apenas de longe, como nas
formas orgânicas de Brunelo e Mário Cravo Jr. Nessa mesma direção, ainda em
outro registro, mais abstrato, foram Emanoel Araújo ou Sérvulo Esmeraldo. E
mínimo, como em León Ferrari: quanto menos forma e matéria, mais liberdade do
espírito. (...) As obsessões são várias e sobrepõem-se num mesmo período
de tempo. Algumas se concentram na forma do animal, que Hegel não achava capaz
de fornecer a experiência estética por lhe faltar, exatamente, o espírito. E
depois a obsessão, como em Calder, foi o movimento. E em seguida, a luz, como
em Le Parc. Aquela pergunta inicial, “Qual é a obsessão da escultura?”, não
pode mais ser feita hoje, quando se fala mais no tridimensional. E isso porque
a obra não só não mais representa a mesma coisa de antes como nem utiliza
mais o mesmo gesto, aquele de esculpir, o gesto de pôr, de acrescentar matéria
à matéria, ou o gesto de tirar, de extrair a forma da matéria e que
Michelangelo considerava o modo sublime da escultura. O artista hoje não
encosta ou quase nem encosta a mão na matéria da obra, como no caso de Alex
Flemming. E a peça de Le Parc não é nem escultura, nem tridimensional: é um
objeto, como a de César. Esta mostra sobre a obsessão da forma na escultura
assume o modo de um confronto. Henry Moore, também escultor, repetiu
aquilo que a teoria do conhecimento já dizia: “Para conhecer uma coisa, é
preciso conhecer seu oposto”. Com esse objetivo esta mostra propõe grupos
temáticos que reúnem conflitantes obsessões (ou, mais tradicionalmente,
diferentes estilos) capazes de permitir observar melhor como cada artista
resolveu seu problema. Os temas (Giacometti os considerava vitais, quer o
artista soubesse disso ou não) são os que surgem na coleção MASP: guerreiros, nus,
bustos, casais, a dança, os animais, os abstratos. Dispostos de modo a sugerir
ao observador uma experiência concreta do espaço, estes grupos condensam parte
considerável da história da obsessão humana com a forma no espaço. Informações
Gerais Local: Galeria Clemente de Faria, 1 e 2 subsolos do MASP (Avenida
Paulista, 1578). Período: De 10 de junho a 21 de outubro de 2012.
Horários: Terças a domingos e feriados, das 10h às 18h. Quintas-feiras das 10h
às 20h. A bilheteria fecha sempre 30 minutos antes. Ingressos: R$15,00.
Estudantes, professores e aposentados com comprovantes pagam R$7,00. Visitantes
até 10 anos e acima de 60 anos de idade têm entrada gratuita. Av. Paulista,
1578. Acesso a deficientes. Serviço Educativo Como para as demais exposições
temporárias e mostras de obras do acervo realizadas pelo MASP, Obsessões da
Forma – Esculturas da Coleção MASP tem um programa educativo elaborado
especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas
públicas e privadas. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de
profissionais especializados. Informações: 3251 5644, ramal 2112.
Informações ao público Site oficial: www.masp.art.br
Facebook www.facebook.com/maspmuseu Twitter: twitter.com/maspmuseu
Tel.: (11) 3251.5644
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