É onírica,
é pesadelo de Goya
a desejada visita
Desde um abraço sonhado
desde meu calor epidérmico
deste teu forte rubor
Enfim!
vem o sono da razão
despertar-nos a carne
São dois o mesmo desejo,
é de ambos o mesmo sonho
ficando dentro de um quadro
A visita,
que se dorme sem querer,
querida,
detém-se na composição, estrutura
que então se perpetua e
fascina
pra não se concretizar.
Mas instalam-se na pele
minha excitada impressão digital
tua impressionada excitação genital
que se acabam
em águas mornas
quando nos acordamos
eu em minha cama
tu na tua
Nessa líquida fronteira
entre sono e vigília
percebemos, ainda quente,
pergunta perfumada no ar:
quem visitou quem?
Gil Vicente
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