sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Rio acima - Castelo Hanssen

Rio acima ( Castelo Hanssen ) Navegando rio acima Num barquinho de papel, numa aventura cruel Cuja loucura me anima, Eu vou atrás de uma rima Que rime com tudo, enfim, Que existe dentro de mim E nunca será olvidado, Eu vou atrás do passado, Da nascente de onde eu vim. Como um novo bandeirante, De costas para o oceano, Eu vou seguindo o meu plano, Meu viver itinerante. E nesse buscar constante, hei de ser um curumim, um molequinho levado que hei de encontrar no passado, na nascente de onde eu vim. Cansado da modernagem, Quero voltar às origens Para fugir da vertigem, Para fugir da miragem. E nessa louca viagem Eu quero fugir, assim, De um presente tão ruim, De tanto sonho frustrado. Quero voltar ao passado, À nascente de onde eu vim Nessa viagem de volta Quero rever a paisagem Que vi na outra passagem. Paisagens talvez já mortas, Escritas por linhas tortas Num rascunho de nanquim. Começando pelo fim No meu errar acertado, Eu vou atrás do passado, da nascente de onde eu vim. Nas margens da minha vida Vi tantas flores se abrindo, A natureza sorrindo. Paisagem hoje esquecida, Que muita gente duvida Até da cor do jasmim, Do perfume do alecrim E dos campos orvalhados. E eu vou atrás do passado, Da nascente de onde eu vim. E mesmo assim, com coragem, Vou levando o meu barquinho, Pois aprendi a ser sozinho E nem olhar para a margem. Quando sentir as paragens Que pairam dentro de mim Eu terei chegado, enfim, Ao meu país encantado, Terei chegado ao passado, À nascente de onde eu vim.

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