terça-feira, 3 de maio de 2011

Presença Africana


Presença Africana
E apesar de todo,
ainda sou a mesma!
Livre esguia,
filha eterna de quanta rebeldiame sagrou,
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,ainda sou,
a Irmã-Mulherde tudo o que em ti vibrapuro e incerto...
A dos coqueiros,de cabeleiras verdese corpos arrojadossobre o azul...
A do dendêmnascendo dos abraços das palmeiras...
A do sol bom, mordendochão das Ingombotas...
A das acácias rubras,salpicando de sangue as avenidas,longas e floridas...
Sim!, ainda sou a mesma.
A do amor transbordandopelos carregadores do caissuados
e confusos,pelos bairros imundos e dormentes(Rua 11! ... Rua 11...)
pelos meninosde barriga inchada e olhos fundos...
Sem dores nem alegrias,de tronco nu e musculoso,
a raça escreve a prumo,a força deste dia...
E eu revendo ainda, e sempre, nela,aquelalonga história inconsequente...
Minha terra...Minha, eternamente ...
Terra das acácias, dos dongos,dos colios baloiçando, mansamente...
Terra!Ainda sou a mesma.
Ainda sou a que num canto novopura e livreme levanto,ao aceno do teu povo!

Alda Lara

Fonte: www.teiaportuguesa.com

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