A indústria dos games nunca antes teve um ano tão marcante como 2013. Com a irrefutável ideia de que o homem está cada vez mais hiperconectado a diferentes fontes de informação e serviços pela internet, o mercado dos jogos eletrônicos viu nos últimos 11 meses o gigantesco sucesso online e off-line de GTA V – o negócio com mais rápido retorno de investimento da indústria do entretenimento, custando US$ 265 milhões e rendendo US$ 1 bilhão em apenas três dias -; Candy Crush, o game de maior febre do celular, com 500 milhões de downloads; e, principalmente, o anúncio de uma nova geração de consoles, com o Xbox One, da Microsoft, e o PlayStation 4, da Sony, que prometem conectar usuários do mundo inteiro em uma experiência simultânea de jogo. Os games nunca tiveram tão facilmente na mão e vida das pessoas.
Essa popularização dos game se deve principalmente à internet, que transformou o “produto” videogame, comprado na loja e instalado no quarto do filho, em serviço de entretenimento para toda família, com opção de jogos, filmes, TV, lojas online, música, redes sociais, nuvem, compatibilidade com outros dispositivos móveis e até transmitir conteúdo – tudo sob demanda.
Todo esse poder de diversão em uma única plataforma é a visão que tanto a Microsoft quanto a Sony estão apostando para o futuro. E, chegando às lojas nesta sexta-feira (22) em diversos países, inclusive no Brasil, o Xbox One parece estar mais preparado para entregar esse gigantesco serviço, principalmente por três motivos: Xbox Live, a expertise da empresa de Bill Gates como uma das pioneiras empresas de software e internet e o Kinect.
No Brasil, o Xbox One ainda tem mais uma vantagem. Montado na Zona Franca de Manaus, o console custa por aqui R$ 2.299, contra os R$ 3.999 do PS4. Porém, antes de comparar gráficos e jogos entre concorrentes (sim, o PS4 é superior), vamos falar sobre a hub central do Xbox One, o coração do console da Microsoft.
Xbox Live
Grande vantagem competitiva do antecessor Xbox 360, o serviço online de jogos Xbox Live terá uma forte disputa frente às melhoras da PlayStation Network na nova geração. Mas, com um sistema de mais de 300 mil servidores interligados, a plataforma da Microsoft promete entregar um sólido suporte às partidas online e armazenamento na nuvem – se você tiver uma rápida conexão de rede, coisa que no Brasil é um forte empecilho.
A grande novidade do Xbox Live é o novo sistema Smart Match, que tem a missão de encontrar um jogador compatível com sua técnica, progresso e habilidade no game. Com capacidade para adicionar mil amigos, mais seguidores (como no Twitter), o serviço conecta jogadores mais facilmente. Porém, mesmo com essa vantagem em suporte de game e entretenimento, a Microsoft deixou de lado – pelo menos por enquanto – uma integração social mais apurada entre as pessoas, possivelmente pela fraca recepção da função no aplicativo do Xbox 360. A PSN, neste quesito, saiu na frente.
Outra decepção no lançamento do Xbox One é a falta do serviço de transmissão ao vivo dos jogo via o serviço de streaming Twitch. Enquanto a Microsoft o prometeu “até a metade de 2014”, o PS4 já está com o Twitch e o botão “share” funcionando.
Quando serviço de transmissão estiver pronto no Xbox One, o jogador poderá gravar e compartilhar sua jogabilidade com o serviço SkyDrive. Usando o reconhecimento de voz do Kinect, o usuário poderá falar “Xbox, grave isso” e os últimos 30 segundo é salvo em sua conta. Ainda é possível editar o vídeo, no aplicativo DVR, e compartilhar nas redes sociais. Tudo com comando de voz pelo Kinect, outra forte arma da Microsoft.
O Xbox Live também permite que você jogue o título comprado antes que o download esteja concluído. Com duas CPUs em seu sistema, o console ainda faz atualizações e downloads “no fundo do sistema”, enquanto você joga ou assiste outras coisas.
Porém, praticamente tudo que você quiser fazer além de jogar offline, como assistir Netflix e usar os editores de vídeo, terá que ser feito com a assinatura Gold, que nos Estados Unidos custa US$ 60 por ano. No PS4, os serviços serão gratuitos, apenas jogar online requer inscrição na PlayStation Plus.
Kinect
Mais do que a Xbox Live, o Kinect é a grande vantagem do Xbox em relação ao seu concorrente. Profundamente conectado com a interface do console, o dispositivo de reconhecimento de imagem e voz (e até de batimentos cardíacos) pode ser usado para diferentes coisas dentro da experiência do Xbox One. Entre elas estão leitura de face para logar em sua conta, comandos para diversas funções e, é claro, jogos.
Depois de anunciar que o console exigia a conexão constante com Kinect e com a internet, a Microsoft ouviu as fortes críticas dos consumidores e permitiu que o Xbox One funcione desconectado.
Entretenimento
Ser uma grande central de entretenimento para toda a família é o grande objetivo do Xbox One, como o texto até aqui já mostrou.
Mas como? Com a função chamada Snap Mode. Com ele, é possível rodar diversos programas simultaneamente, como TV a cabo, aplicativos, jogos e bate papo no Skype. Aliás, o Skype, serviço de conversação por mensagem, vídeo e voz comprado pela Microsoft em 2011, é umas das melhoras ferramentas para a popularização do Xbox One frente ao seu concorrente.
Porém, essas funções estarão disponíveis exclusivamente para usuários dos Estados Unidos no lançamento, com a adição de países ao longo do tempo. “Entregar o serviço de TV é complexo e estamos trabalhando entre diversas políticas e tecnologias em todo o mundo para fazer a transmissão ao vivo de conteúdo onde o Xbox One estiver disponível”, disse a empresa em comunicado.
Segunda Tela
Para tornar o manuseio do Xbox One ainda mais intuitivo, além do Kinect, a Microsoft está integrando a interface da plataforma com uma variedade de smartphones, tablets e computadores, com o aplicativo SmartGlass, já disponível para Xbox 360. Com ele o usuário tem a opção de uma segunda tela, para entrar em listas de filmes, músicas, informações extras do conteúdo transmitido pelo televisor e até funções extras nos jogos.