terça-feira, 12 de junho de 2012

Vamos ao Teatro.


Você gosta de filmes franceses dos anos 70? E de dança contemporânea? De fábulas infantis e exercícios metalinguísticos? Uma peça carioca promete reunir tudo isso em cena.
Ninguém Falou Que Seria Fácil estreia hoje no Teatro da Caixa e fica em cartaz até domingo (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). No elenco, o autor do texto, Felipe Rocha (o Zeca de Laços de Família) contracena com Renato Linhares e Stella Rabello. Os três formam uma família em diferentes momentos e climas da vida. Primeiro, um casal tem uma criança pequena para cuidar. Logo ela cresce e se torna uma mulher, que tem um namorado. Depois, se casa e já tem um filho pequeno.

Serviço:
Veja as informações desta e de outras peças em cartaz no Guia Gazeta do Povo

Todos os personagens são encarnados pelos três; às vezes, um deles pode ser feito por mais de um ator. “A mesma cena pode trafegar de densa e trágica, como na hora da morte do pai, para uma comédia rasgada, de índio de faroeste”, explica o diretor, Alex Cassal.

Esse trânsito é possível porque o humor escorre logo para a ironia, e as cenas propostas desconstróem as próprias convenções teatrais. Na versão da trupe, é algo “situado entre os Trapalhões e os ingleses do Monty Phyton”, com pitadas de pop nostálgico e filmes B de ficção científica.

Premiado

O emaranhado, vivido em diferentes registros – que Cassal chama de “liquidificador de linguagens” – rendeu a Felipe Rocha os prêmios Shell, APTR e Questão de Crítica em 2011.

De onde viria esse bom resultado numa peça que atira para tantos lados? Sem tentar dar de dedo na plateia e “ensinar” algo pronto, o grupo acredita ter alcançado a sintonia com o espectador. Uma mostra disso aconteceu logo nos ensaios: o marido de Stella Rabello, após assistir ao espetáculo, disse estar chateado por ela ter usado fatos íntimos do casal. Era tudo ficção, mas com aquela pitada de inspiração na realidade que acaba se transformando em identificação.

O Teatro da Caixa fica localizado ao lado do Teatro Guaíra, no centro da cidade, e a uma quadra da Universidade Federal do Paraná. Além de uma galeria de arte e um teatro para 125 pessoas, o espaço oferece aos visitantes a Sala da Memória, onde se pode observar a linha do tempo com os principais momentos da Caixa desde a sua criação, em 1861.

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