sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Banda internacional The Platters faz temporada de shows no Teatro Folha de 04/09/12 a 30/10/12


O Teatro Folha recebe um dos mais importantes e influentes grupos vocais da história da Soul Music, com apresentações nas terças-feiras, às 21h, com temporada do dia 4 de setembro até o dia 30 de outubro.

Desde o início da era “Rock And Roll”, o “The Platters” tem feito diversos shows pelo mundo afora, onde conquistou milhares de fãs e embala muitos casais apaixonados tocando sucessos que marcaram o cenário musical na década de 50.

O público terá a oportunidade de ouvir um repertório nostálgico, contemplando “Only You”, “Twilight Time”, “Smoke Gets In Your Eyes”, “The Magic Touch” e “My Prayer”, alguns dos quais registrados por algumas estrelas da música mundial, como “The Great Pretender”, cuja versão gravada por Freddie Mercury tornou-se marca registrada do eterno vocalista da banda Queen.

Atualmente, o The Platters é formado pelo tenor, Kevin Carroll, cujo timbre inconfundível, emociona a plateia, o segundo-tenor Ronn Howard, que se destaca com a sua incrível presença de palco e pela soprano brasileira, Ellie Marx, chamada de “princesa do grupo”, pois encanta com sua voz suave e carisma. Por fim, o barítono, B.J. Mitchell, que lidera o grupo há mais de 40 anos, com sua voz grave, um dos mais marcantes integrantes do grupo.
O show é acompanhado pelos músicos Trany Ray Morton (baixo), Ribah Nascimento (guitarra e violão), Ed Parana (teclados), Mr. Allan (piano) e Osmir Santos (bateria).
Local: Teatro Folha
End: Av. Higienópolis, 618 - Higienópolis (Shopping Pátio Higienópolis)
Datas: 4 de setembro até 30 de outubro de 2012
Horários: terça, às 21h (exceto 18/09)
Telefone: 3823-2323
São Paulo - SP


Fonte: http://www.filtrocultural.com.br/1353/The-Platters-em-Teatro-Folha

Mostra Chaplin - Cine Humberto Mauro - de 10 de agosto a 06 de setembro

A Fundação Clóvis Salgado apresenta, no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, a maior mostra de Charles Chaplin já exibida no Brasil. O evento acontece de 10 de agosto a 06 de setembro, período em que serão exibidos fotos os filmes realizados pelo ator e cineasta britânico. 

A programação conta também com palestras, debate, uma conferência, ministrada pelo crítico francês Jean Douchet, o lançamento de um catálogo com textos inéditos e clássicos sobre a obra de Chaplin, e um curso ministrado por Jonathan Rosenbaum, um dos mais importantes críticos de cinema do mundo que vem pela primeira vez ao Brasil. 

São 87 filmes em cartaz na mostra, sendo 13 longas-metragens e 74 curtas e médias-metragens. 

Avenida Afonso Pena, 1537 - Centro  Belo Horizonte - MG
(0xx)31 3236-7400


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Trem turístico



Os mesmos trilhos que impulsionaram o desenvolvimento do Estado de São Paulo a partir da segunda metade do século XIX estão de volta para levá-lo a uma viagem inesquecível por meio da história, da cultura, da arquitetura e do meio ambiente.
O Expresso Turístico é um serviço ferroviário inaugurado em 18 de abril de 2009 pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos e pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Tem como objetivo integrar pontos de interesse turístico localizados ao longo da malha férrea.
A viagem é feita a bordo de uma composição, formadas por dois carros de aço inoxidável fabricados no Brasil na década de 50 e tracionados por uma locomotiva a diesel, da CPTM. Cedidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), os vagões foram totalmente restaurados pela CPTM. Ao longo do percurso sobre os trilhos, monitores dão informações históricas sobre a ferrovia paulista e as estações da CPTM.
O serviço foi desenvolvido para aqueles que enxergam na ferrovia, muito mais que um meio de transporte eficiente para os seus deslocamentos, uma excelente oportunidade para conhecer sua história, criando uma nova opção de turismo na Região Metropolitana de São Paulo.
Roteiros
Atualmente, há três opções de trajeto: Luz-JundiaíLuz-Mogi das Cruzes Luz-Paranapiacaba. O trem sai da Estação da Luz, da CPTM, um dos mais importantes marcos arquitetônicos do país e um dos poucos monumentos da cidade tombados pelos órgãos de preservação do município, do Estado e da União. No caso do trajeto Luz-Paranapiacaba, o passageiro pode optar por realizar o embarque e desembarque na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (Linha 10-Turquesa, da CPTM), com tarifa diferenciada.
Para melhor desfrutar os atrativos de cada região, os passageiros podem adquirir roteiros turísticos para complementar o passeio nas cidades de destino. O bilhete da CPTM não contempla esses passeios, que devem ser adquiridos diretamente nas agências de turismo. Para facilitar ao turista, na Estação da Luz, ao lado da bilheteria do Expresso Turístico, está instalado balcão da Agência Rizzatour.

Vale a Pena Ler

O livro aborda os mitos dos deuses do Olimpo e conta, também, as fantásticas histórias de Jasão, Medéia e os Argonautas; os 12 Trabalhos de Hércules; a luta de Perseu contra a Medusa; a vitória de Teseu sobre o Minotauro; e o trágico destino de Édipo

Contos e Lendas da Mitologia Grega   Autor: Pouzadoux, Claude
   Editora: Cia das Letras

circum-lóquio (pur troppo non allegro) sobre o neoliberalismo terceiro-mundista

[...]
no céu neon
do neoliberal
anjos-yuppies
bochechas cor-de-bife
privatizam
a rosácea do paraíso
de dante
enquanto lancham
fast-food
e super
(visionários) visam
com olho magnânimo
as bandas
(flutuantes)
do câmbio:

enquanto o não
- neoliberado
come pão 
com salame
(quando come)
ele dorme
sonhando
com torneiras de ouro
e a hidrobanheira cor
de âmbar
de sua neo-
mansão em miami
[...]


Haroldo de Campos*
Em 1992, ganhou o Prêmio Jabuti de personalidade literária do ano. Em 1999, o Prêmio Jabuti de poesia foi conferido para seu livro "Crisantempo: No Espaço Curvo Nasce Um" (1998).
Considerado o "mais barroco" dos concretistas, Haroldo de Campos tem sua obra poética intimamente ligada ao movimento.
A crença em uma "crise no verso" o levou ao experimentalismo, à busca de novas formas de estruturação e sintaxe, em curtos poemas-objeto ou longos poemas em prosa. Leia aqui o poema Circum-lóquio, publicado originalmente no jornal  Folha  de São Paulo, Haroldo autorizou a reprodução do poema em Tanto que teve ilustração criada especialmente pelo grande Amilcar de Castro, também ligado ao movimento Concretista e falecido  em 2003.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Para falar ao vento bastam palavras. Para falar ao coração, é preciso obras.
Padre Antonio Vieira

Odisséia - Vale a Pena Ler


Além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega.
Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício.
Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro.

A Odisséia narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas: a primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Museu Judaico do Rio de Janeiro


O Museu Judaico do Rio de Janeiro surgiu, em 1977, da necessidade da comunidade judaica carioca de resgatar e conservar sua história e sua memória -- que se entrelaçam com a memória e as tradições judaicas. Formada a partir da primeira década do século XX sobretudo por imigrantes do Leste europeu, a comunidade modificou-se com as sucessivas ondas migratórias, que deixaram sua marca em objetos, documentos, livros e fotos representativos de uma cultura ancestral, fonte de inspiração e conhecimento que as gerações seguintes se empenham em preservar.
O homem não é o que pensa que é e sim o que consegue  ser.
A paz se possível, a verdade a qualquer custo.
Martin Luther King

CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES traz 20 obras do mestre barroco e de artistas por ele influenciados. Até 30/9, no MASP.


Passando por diversas fases da vida do gênio, a mostra pode ser divida em três grandes blocos: trabalhos consagrados e conhecidos; novas descobertas; e obras “problema”, que ainda são objeto de estudo. Com curadoria de Fábio Magalhães no Brasil e Giorgio Leone na Itália, a exposição foi idealizada por Rossella Vodret, uma das principais autoridades em Caravaggio na Itália e chefe da Superintendência Especial para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etnoantropológico e para o Pólo Museológico da Cidade de Roma.

Pela primeira vez fora da Itália, a famosa Medusa Murtola (recentemente identificada como a “Medusa original”) e o Retrato do Cardeal poderão ser vistos de 02 de agosto a 30 de setembro de 2012 no 1º andar do MASP. Para o curador italiano Giorgio Leone essa será oportunidade única para o público brasileiro: “Das obras produzidas por Caravaggio em seus 38 anos de vida, apenas 62 chegaram aos nossos dias”, diz.
Caravaggio usava sua técnica para impressionar o espectador: temática do cotidiano italiano de sua época; formato “ao natural” das figuras, à semelhança do espectador; a cena toda retratada em primeiro plano, para envolver emocionalmente quem a olha; fundo neutro ou escuro, destacando o tema representado, contrastando com o forte feixe de luz que iluminava o objeto principal da obra, evidenciando sua técnica do claro-escuro, que tornava tudo mais “real”, mais vivo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


A Terra Desolada (The Waste Land), de T.S. Eliot (1888-1965) – Nascido nos EUA, Eliot se sentia culturalmente ligado à Europa, tendo morado em Londres a maior parte da vida. Além de poeta, foi ensaísta e dramaturgo, tendo recebido o Nobel em 1948. No ano de 1922 publicou este poema-marco da literatura do século, em que constrói uma cerrada rede de referências à tradição literária européia na descrição de um continente devastado por um processo de desagregação que vinha desde o Renascimento.”Poesia”, trad. de Ivati Junqueira, Nova Fronteira.

O enterro dos mortos
Abril é o mais cruel dos meses, germina 
Lilases da terra morta, mistura 
Memória e desejo, aviva 
Agônicas raízes com a chuva da primavera. 
O inverno nos agasalhava, envolvendo 
A terra em neve deslembrada, nutrindo 
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida. 
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee 
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos 
E ao sol caminhamos pelas aléias de Hofgarten, 
Tomamos café, e por uma hora conversamos. 
Big gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch. 
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque, 
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó. 
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria, 
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos. 
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes. 
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno. 
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham 
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem, 
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces 
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol, 
E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos, 
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas 
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate. 
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate), 
E vou mostrar-te algo distinto 
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece 
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando; 
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó. 
Frisch weht er Wind 
Der Heimat zu 
Mein Irisch Kind, 
Wo weilest du? 
''Um ano faz agora que os primeiros jacintos me deste; 
Chamavam-me a menina dos jacintos." 
- Mas ao voltarmos, tarde, do Jardim dos Jacintos, 
Teus braços cheios de jacintos e teus cabelos úmidos, não pude 
Falar, e meus olhos se enevoaram, eu não sabia 
Se vivo ou morto estava, e tudo ignorava 
Perplexo ante o coração da luz, o silêncio. 
Oed' und leer das Meer. 
Madame Sosostris, célebre vidente, 
Contraiu incurável resfriado; ainda assim, 
É conhecida como a mulher mais sábia da Europa, 
Com seu trêfego baralho. Esta aqui, disse ela, 
É tua carta, a do Marinheiro Fenício Afogado. 
(Estas são as pérolas que foram seus olhos. Olha!) 
Eis aqui Beladona, a Madona dos Rochedos, 
A Senhora das Situações. 
Aqui está o homem dos três bastões, e aqui a Roda da Fortuna, 
E aqui se vê o mercador zarolho, e esta carta, 
Que em branco vês, é algo que ele às costas leva, 
Mas que a mim proibiram-me de ver. Não acho 
O Enforcado. Receia morte por água. 
Vejo multidões que em círculos perambulam. 
Obrigada. Se encontrares, querido, a Senhora Equitone, 
Diz-lhe que eu mesma lhe entrego o horóscopo: 
Todo o cuidado é pouco nestes dias. 
Cidade irreal, 
Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno, 
Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos, 
Jamais pensei que a morte a tantos destruíra. 
Breves e entrecortados, os suspiros exalavam, 
E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés. 
Galgava a colina e percorria a King William Street, 
Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas 
Com um dobre surdo ao fim da nona badalada. 
Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos: "Stetson, 
Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae! 
O cadáver que plantaste ano passado em teu jardim 
Já começou a brotar? Dará flores este ano? 
Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito? 
Conserva o Cão à distância, esse amigo do homem, 
Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo! 
Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère
Trecho de ''Terra Desolada'', publicado pela Editora Nova Fronteira em ''T.S. Eliot - Poesia''.


domingo, 26 de agosto de 2012

Os Dez Livros Mais Lidos do Mundo



James Chapman, escritor americano, resolveu fazer um levantamento interessante: quais os 10 livros mais lidos nos últimos 50 anos. Ele pesquisou, leu e escreveu sobre essas 10 obras. O livro mais lido, claro, é a Bíblia, com 3,8 bilhões de cópias.
Mas há algumas supresas na lista. Em segundo lugar, está o Livro Vermelho, de Mao Tsé-Tung, coleção de pensamentos do líder comunista. Sucessos do cinema também estão no top 10, com Harry Potter (3), Senhor dos Anéis (4) e Código Da Vinci (6).
E há uma obra brasileira na lista: "O Alquimista", de Paulo Coelho, que está na quinta posição com cerca de 65 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Veja a lista completa, publicada pelo site Pra ler:
1. Bíblia Sagrada - 3.9 bilhões de cópias
2 - O livro vermelho - Mao Tsé Tung - 820 milhões de cópias
3 - Harry Potter - J. K Rowling: 400 milhões de cópias
4 - O Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien: 103 milhões de cópias
5 - O Alquimista - Paulo Coelho: 65 milhões de cópias
6 - O Código Da Vinci - Dan Brown: 57 milhões de cópias
7 - Saga Crepúsculo - Stephanie Meyer: 43 milhões de cópias
8 - E o vento levou… - Margarett Mitchell: 33 milhões de cópias
9 - Think and Grow Rich - Napoleon Hill: 30 milhões de cópias
10 - O Diário de Anne Frank - Anne Frank: 27 milhões de cópias

O romantismo de Carlos Benethi



"É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve..."
(Victor Hugo)

"Quando a última árvore cair, derrubada;
Quando o último rio for envenenado;
Quando o último peixe for pescado;
Só então nos daremos conta de que dinheiro é coisa que não se come."
(Índios Amazônicos)

sábado, 25 de agosto de 2012



Cantiga 

Em um castelo doirado
Dorme encantada donzela;
Nasceu — e vive dormindo
— Dorme tudo junto dela.
 
Adormeceu-a sonhando
Um feiticeiro condão,
E dormem no seio dela
As rosas do coração.
 
Dorme a lâmpada argentina
Defronte do leito seu:
Noite a noite a lua triste
Dorme pálida no céu.
 
Voam os sonhos errantes
Do leito sob o dossel,
E suspiram no alaúde
As notas do menestrel.
 
E no castelo, sozinha,
Dorme encantada donzela:
Nasceu — e vive dormindo
— Dorme tudo junto dela.
 
Dormem cheirosas abrindo
As roseiras em botão,
E dormem no seio dela
As rosas do coração!
 
 A donzela adormecida
É a tua alma santinha,
Que não sonha nas saudades
E nos amores da minha
 
— Nos meus amores que velam
Debaixo do teu dossel,
E suspiram no alaúde
As notas do menestrel!

Acorda, minha donzela!
Foi-se a lua — eis a manhã
E nos céus da primavera
A aurora é tua irmã!
 
Abriram no vale as flores
Sorrindo na fresquidão:
Entre as rosas da campina
Abram-se as do coração.

Acorda, minha dozela,
Soltemos da infância o véu...
Se nós morremos, num beijo,
Acordaremos no céu!
 
Alvares de Azevedo

Art Spiegelman


Spiegelman foi uma figura de destaque no chamado movimento underground dos quadrinhos nas décadas de 1960 e 70, contribuindo para publicações como Real PulpYoung Lust e Bizarre Sex. No começo de 1968, ele sofreu um colapso nervoso no Harpur College em Binghamton, Nova York, onde estudava. Levado para um manicômio, Spiegelman logo se recuperou. Pouco tempo depois sua mãe, Anja Spiegelman, sobrevivente de Auschwitz, cometeu suicídio enquanto Art passava um fim de semana com sua namorada. Ele incluiria sua história "Prisioner on the Hell Planet" de 1973 em MAUS, que descrevia este evento traumático.
Posteriormente Art trabalharia como ilustrador de adesivos e pôsteres. Fundou duas publicações antológicas de quadrinhos, a Arcade, com Bill Griffith, e a RAW, com sua esposa, a artista e quadrinista Françoise Mouly. Em 1986 foi lançado o primeiro volume de Maus (Maus: A Survivor’s Tale) que retratava a história de como seus pais sobreviveram ao Holocausto. O segundo volume, Maus: And Here My Troubles Began, sairia em 1991.[2] Esta obra atraiu imensa atenção da crítica para um trabalho feito em quadrinhos, incluindo uma exibição no Museu de Arte Moderna em Nova York e rendendo-lhe um prêmio Pulitzerespecial em 1992.
Spiegelman trabalhou para a The New Yorker, mas demitiu-se poucos meses depois dos Ataques de 11 de Setembro. Sua arte de capa New Yorker para a revista publicada pouco depois dos eventos foi bastante aclamada. Foi inspirada pelas pinturas em preto-e-branco de Ad Reinhardt: de início parece ser totalmente preta, mas depois de examinar com atenção pode-se perceber as silhuetas das torres do World Trade Center num tom ainda mais escuro.
Art Spiegelman (Estocolmo15 de fevereiro de 1948) é ilustradorcartunista e autor de histórias em quadrinhos americano nascido na Suécia. Atuou durante adécada de 1990 na produção de charges, ilustrações e capas para revistanovaiorquina The New Yorker. Duas de suas obras mais conhecidas são a semi-biográfica Maus e a coletânea de tiras em quadrinhos In the Shadows of No Towers. Spiegelman é o único autor de quadrinhos a ganhar um prêmio Pulitzer.[1]

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Magaíça 

A manhã azul e ouro dos folhetos de propaganda
engoliu o mamparra,
entontecido todo pela algazarra
incompreensível dos brancos da estação
e pelo resfolegar trepidante dos comboios
Tragou seus olhos redondos de pasmo,
seu coração apertado na angústia do desconhecido,
sua trouxa de farrapos
carregando a ânsia enorme, tecida
de sonhos insatisfeitos do mamparra.

E um dia,
o comboio voltou, arfando, arfando...
oh nhanisse, voltou.
e com ele, magaíça,
de sobretudo, cachecol e meia listrada
e um ser deslocado
embrulhado em ridículo.

Ás costas - ah onde te ficou a trouxa de sonhos, magaíça?
trazes as malas cheias do falso brilho
do resto da falsa civilização do compound do Rand.
E na mão,
magaíça atordoado acendeu o candeeiro,
á cata das ilusões perdidas,
da mocidade e da saúde que ficaram soterradas
lá nas minas do Jone...

A mocidade e a saúde,
as ilusões perdidas
que brilharão como astros no decote de qualquer lady
nas noites deslumbrantes de qualquer City.

 NOÉMIA DE SOUSA

quinta-feira, 23 de agosto de 2012


O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Vale a Pena Ler


O mais importante intelectual italiano vivo, imbatível nos estudos de semiótica, Umberto Eco é, também, um romancista de talento incomparável. Mestre em criar tramas engenhosas, capazes de mesclar vários níveis de linguagem, personagens e ações, se tornou conhecido mundo afora com o sucesso de pública e crítica O nome da rosa. Três décadas depois desse estupendo thriller, Eco retorna com um dos mais antecipados — e controversos — livros dos últimos anos: O cemitério de Praga. Quatrocentos mil exemplares vendidos na Itália em um mês.
Um tratado sobre o mecanismo do ódio, e espécie de síntese da história do preconceito, o livro causou desconforto em setores mais conservadores da sociedade italiana, principalmente entre religiosos, por misturar personagens históricos a um anti-herói fictício, cínico e maquiavélico, capaz de tudo para conseguir se vingar de padres, jesuítas, comunistas, mas, principalmente, dos judeus. Repleto de teorias da conspiração, falsificações, assuntos maçônicos e detalhes da unificação italiana, é no antisemitismo que repousa o coração da narrativa.
O cemitério de Praga também lembra um dos mais impressionantes episódios de falsificação da história: Os protocolos dos sábios de Sião, um texto forjado pela polícia secreta do Czar Nicolau II para justificar a perseguição aos judeus. Os escritos, que se acredita terem sido baseados em um texto francês — Diálogos no inferno entre Maquiável e Montesquieu — descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas. E serviriam de inspiração a Hitler para os campos de concentração.
O odioso Simonini, que o próprio autor define como um dos mais repulsivos personagens literários já criados, é um mestre do disfarce e da conspiração. Um falsário a serviço de vários governos. Do nordeste italiano até a Sicília de Garibaldi, das favelas de Paris às tabernas alemãs, passando por missas negras, o bombardeio a Napoleão III, a Comuna de Paris, o caso Dreyfus, o Ressurgimento, Simonini é todas as revoluções, as más escolhas, os erros do século XIX, que Eco reconstrói com grande rigor histórico, entre tomadas de poder e revoluções.
Com ares de novo clássico, O cemitério de Praga leva as mentiras históricas a novos patamares e revela, ainda, ferramentas usadas por falsários e propagandistas. Um trabalho memorável de filosofia da história e a natureza da ficção. Eco em sua melhor forma.
“Eco vence o desafio de inovar seu próprio gênero, sem perder o leitor acostumado às aventuras físicas e intelectuais dos romance erudito. Mostra que ainda é – para usar um termo que ele não aprovaria – o papa do suspense erudito”, Luis Antônio Giron para a revista Época.
Fonte: Editora Record

terça-feira, 21 de agosto de 2012


                                   Jean Adriano (Pangolin) e Cassio Adriano (Mago). Salvador - BA (1993

A exposição itinerante "Capoeira - luta, dança e jogo da liberdade", na Galeria Solar do ferrão (Centro Histórico de Salvador) foi prorrogada até 30 de setembro e mostra a história da luta desde o surgimento no Brasil Colonial até os dias atuais. Composta por fotografias de André Cypriano e ilustrações de Debret e Auguste Earle, a mostra retrata centros de capoeira e capoeiristas de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Nova York, San Francisco, Recife, Brasília, Olinda e Angra dos Reis.

A programação terá, ainda, discussão sobre a capoeira. No dia 23 de agosto, às 16h, uma roda de conversa reunirá os mestres Dinei, do Grupo Gingarte, Marcos Grito e Poloca, do Grupo Nzinga de Capoeira Angola, Molinha, do Grupo de Capoeira Angola Mingolos filhos da Mandinga, e o cineasta Lázaro Farias, autor do filme Roda do Mundo. No dia 11 de setembro, às 15h30, a etnomusicóloga Emília Biancardi, e alunos, fará uma apresentação de Berimbaus. Já nos dias 13 e 20 de setembro, às 10h e às 14h, acontece o projeto Contação de Histórias, sob coordenação do arte-educador Ubirajara Santos.
                    Mestre Curió, da Capoeira Angola Irmãos Gêmeos (Forte da Capoeira, 2008)

A mostra é uma realização da Aori Produções Culturais com o apoio da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. (Fonte:Dimus/Ipac. Fotos: reprodução Dimus/Ipac/Divulgação)

Serviço:
O quê: Exposição fotográfica Capoeira- luta, dança e jogo da liberdade
Onde: Galeria Solar Ferrão (Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho)
Quando: Até 30 de setembro, terça a sexta (12 às 18h). Sábados, domingos e feriados, (12h às 17h)
Informações: (71) 3116-6743

Fonte: http://salvadoremumdia.blogspot.com.br/

Vale a Pena Ler - Confieso que he vivido - Pablo Neruda



Ao longo de 340 páginas, o laureado com o Prêmio Nobel da Literatura de 1971 descreve o trajecto da sua vida, recorrendo a uma prosa salpicada de imagens poéticas que prende facilmente a atenção do leitor. A obra divide-se em diversos capítulos correspondentes a outras tantas fases da vida do poeta:
  • O jovem provinciano - sobre a infância e a adoslecência passadas na província;
  • Perdido na cidade - sobre os tempos universitários, já em Santiago;
  • Os caminhos do mundo - sobre o início da carreira diplomática e a primeira viagem ao Oriente;
  • A solidão luminosa - sobre as suas impressões da Índia, do Ceilão e do Sudeste Asiático;
  • A Espanha no coração - sobre a estadia em Espanha, como cônsul do Chile em Barcelona, e o seu relacionamento com poetas como Lorca e Alberti;
  • Saí a procurar caídos - sobre a Guerra Civil Espanhola e a ajuda de Neruda para que alguns republicanos espanhóis pudessem fugir para o exílio;
  • México florido e espinhoso - sobre as suas memórias do México e as suas impressões da Segunda Guerra Mundial;
  • A pátria em trevas - sobre o seu regresso ao Chile e à passagem pelo Peru;
  • Princípio e fim de um desterro - sobre o seu desterro que o levou à União Soviética e à China;
  • Navegação com regresso - sobre a sua prisão em Buenos Aires e nova viagem ao Oriente no final da década de 1950;
  • A poesia é um ofício - onde reflecte sobre a sua obra e algumas das personalidades que o marcaram;
  • Pátria doce e pura - sobre o seu regresso à pátria, a subida de Allende ao poder e o Golpe de Estado de 1973.
As derradeiras páginas deste último capítulo foram escritas no curto intervalo de tempo, de apenas doze dias, entre o golpe de Estado de 11 de setembro e a morte de Neruda em 23 do mesmo mês. Nessas linhas, o poeta fala de forma amargurada das esperanças derrubadas pela violência dos militares e das memórias do seu amigo Salvador Allende.